quinta-feira, 23 de junho de 2016

Melancolia poética


Também existe poesia na tristeza. Uma certa singeleza no brilho da lágrima com gosto de mar. Nos olhos vermelhos estampados de dor também pode haver delicadeza de pétala de flor. No embrulho do estômago, borboletas soltas floreiam arabescos. No turbilhão de pensamentos, passarinhos frenéticos alçam voos em debandada, povoando o céu da boca em grande confusão. No coração um por do sol rosa alaranjado vai roubando os últimos raios do dia. E quando chega a escuridão, é a noite preta e misteriosa que se insinua e se instala na alma nua.