No último sábado o Ultimate Fighting Championship, organização de lutas marciais mistas (acho que hoje todo mundo sabe o que é UFC), promoveu a luta que foi intitulada como “a luta do século”, entre o brasileiro Anderson Silva – considerado o melhor lutador da atualidade – e o americano Chael Sonnen. Antes da luta eles protagonizaram episódios de muita provocação, principalmente partindo do americano, e até de desrespeito, gerando um verdadeiro circo e transformando a competição em um espetáculo violento.
Em Teresina muitas pessoas se mobilizaram e fizeram da luta seu “programa de sábado à noite”, eu mesma fui uma dessas pessoas que sai de casa para um barzinho com shows de bandinhas alternativas e transmissão da luta. Lá estava simplesmente lotado de pessoas em volta do telão esperando a grande luta da noite, ou melhor, do século. Finalmente o confronto começou e a multidão gritava excitada, a cada golpe, a empolgação aumentava, a cada soco, gritos de euforia. Quando finalmente Anderson Silva conseguiu dominar seu adversário e partiu pra cima, como um animal feroz, dando muitos muros em seu rosto, sua cabeça - a esta altura já estava totalmente imunizado e exausto, e claro foi nocauteado - a reação das pessoas foi de completo êxtase, excitação.
Nesse momento eu parei por um instante para observá-las e vi nos olhos de cada uma daquelas pessoas a satisfação por estar ali, assistindo àquele espetáculo sangrento, e foi aí que me dei conta de como o ser humano pode ter o instinto tão animal, foi como se eu estivesse dentro dos livros de história, nas páginas que descrevem o panem et circenses (política do pão e circo), quando os imperadores romanos “divertiam” a população com disputas mortais entre os gladiadores no memorável Coliseu.
Claro que com a diferença que hoje esses homens vão por livre e e$pontânea vontade, lutar na arena, que hoje leva o nome de octógono, e há muito dinheiro envolvido nesse esporte que cresce a cada dia e já ganha, em nosso país, espaço considerável. Eu mesma me rendi ao MMA, era espectadora assídua do TUF Brasil, reality show em que os participantes competiam entre si para ver quem seria contratado pelo UFC.
Todo esse “circo” me faz pensar que o ser humano carrega dentro de si essa coisa muito forte de competição, de brigar pra saber quem é o melhor, o mais forte. Então, acredito que não voltamos aos tempos do Coliseu, apenas evoluímos a forma de organizar o “show”.
Beijos, beijos, beijos \o/
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