quarta-feira, 6 de maio de 2015

"Mente o tempo: a idade que tenho só se mede por infinitos
Pois eu não vivo por extenso
(Mia Couto)

(Rosa - Salvador Dali)

Carrego em mim todos os infinitos, todas as inconstâncias, todos os gritos que calam na garganta. Tenho sede por viver, ardo de tanto amar, e no final só quero descansar meus olhos no mar que só existe depois do mar. Na água salgada que cura ressacas, que cura feridas e reconstrói a loucura habitada em mim. Não a pretensões mundanas, não a holofotes baratos. Sim ao acaso, sim aos encontros, encontros de vidas vividas, de vidas passadas, de vidas sentidas. Gratidão ao que foi, ao que veio, ao que ficou. Gratidão ao eterno passageiro, que marcou a alma por inteiro e arrebatou o coração. Coração vadio, que pulsa, sangra e tem a pressa de quem ama. Coração vagabundo que se entrega em qualquer esquina e se perde em conversas fiadas de mesa de bar. Alma que voa fora da asa, que arde em brasa e não pensa em parar. Parar pra quê? Deixa fluir. Deixa sorrir. Deixa florir. 

E assim já se foram 30 anos. Cheios de intensidade e gratidão! 
Obrigada, obrigada, obrigada! 

Beijos, beijos, beijos \o/